Hoje arrepiei-me todo. No final do Festival de Curtas-Metragens do Agrupamento 0604, e enquanto se esperava a decisão do júri, foi passada uma homenagem ao homem que dá titulo a este post.
Tinha eu 12 anos quando comecei a ser ensaiado por ele e entrei de rompante nestas coisas do teatro de revista. Fechado no carro ele lia vezes sem conta os dois monólogos que tinha escrito de propósito para mim, o filho dos senhores que tinham o café onde ele ia jogar bilhar. Sei que foi a pedido da minha mãe que ele o fez. Ela sempre teve este dom??? de se preocupar e pedir coisas para os dela sem "pedir autorização". Desta vez estás perdoada mãe.
Lembro-me da minha estreia em palco. Na festa de natal da associação de Moreira. Os nervos, o orgulho que sentia por fazer parte daquele pequeno mundo onde só poucos eleitos Canenses tinham lugar.
Lembro-me da preocupação da Leta, do "à vontade" do Zé Tó e da força que o Zé Artur e o Filipe, juntamente com a confiança do António João, depositavam em mim.
E a partir daí, com altos e baixos, não mais parei. Já lá vão 24 anos. 24 anos a fazer rir, a divertir, mas principalmente a divertir-me.
Muitos km corridos, muita gargalhada roubada, muitas amizades reforçadas.
Hoje senti uma lágrima a querer acompanhar o arrepio que tomou conta do meu corpo quando este vídeo, que está mais abaixo, passou no ecrã da Casa do Pessoal.
Nos ensaios para a actuação de hoje, tinha por mais de uma vez apontado para a foto enorme que temos no teatro e dito sempre, "o António João qualquer dia vem cá baixo e manda-nos uma malha a todos". E é mesmo isto que se passa naquele teatro. A presença dele é constante. Sentimo-lo em cada ensaio, em cada gargalhada, em cada engano, em cada branca, em cada saída, em cada actuação. Ele está lá, a acompanhar-nos nesta luta que travamos para que a arte não morra nesta terra cada vez mais morta.
Hoje queria ter estado sozinho aquando da primeira vez que vi o filme de homenagem. queria poder ter chorado. Queria poder ter-lhe agradecido em voz alta todos os valores que ele me incutiu.
Tenho a mais firme certeza de que ele, conjuntamente com todos os "adultos" que encontrei aos meus 12 anos no teatro, fizeram de mim um Homem um pouco melhor.
E porque não lhe posso agradecer pessoalmente, aqui fica a minha homenagem. Sim, porque está um pouco de mim neste vídeo.
E antes que seja tarde:
Obrigado Leta.
Obrigado Zé Artur.
Obrigado Filipe Show.
Obrigado Dores.
Obrigado Zé Tó
Obrigado AMEF (O Mar - Miguel Torga)
Obrigado a todos....
Tinha eu 12 anos quando comecei a ser ensaiado por ele e entrei de rompante nestas coisas do teatro de revista. Fechado no carro ele lia vezes sem conta os dois monólogos que tinha escrito de propósito para mim, o filho dos senhores que tinham o café onde ele ia jogar bilhar. Sei que foi a pedido da minha mãe que ele o fez. Ela sempre teve este dom??? de se preocupar e pedir coisas para os dela sem "pedir autorização". Desta vez estás perdoada mãe.
Lembro-me da minha estreia em palco. Na festa de natal da associação de Moreira. Os nervos, o orgulho que sentia por fazer parte daquele pequeno mundo onde só poucos eleitos Canenses tinham lugar.
Lembro-me da preocupação da Leta, do "à vontade" do Zé Tó e da força que o Zé Artur e o Filipe, juntamente com a confiança do António João, depositavam em mim.
E a partir daí, com altos e baixos, não mais parei. Já lá vão 24 anos. 24 anos a fazer rir, a divertir, mas principalmente a divertir-me.
Muitos km corridos, muita gargalhada roubada, muitas amizades reforçadas.
Hoje senti uma lágrima a querer acompanhar o arrepio que tomou conta do meu corpo quando este vídeo, que está mais abaixo, passou no ecrã da Casa do Pessoal.
Nos ensaios para a actuação de hoje, tinha por mais de uma vez apontado para a foto enorme que temos no teatro e dito sempre, "o António João qualquer dia vem cá baixo e manda-nos uma malha a todos". E é mesmo isto que se passa naquele teatro. A presença dele é constante. Sentimo-lo em cada ensaio, em cada gargalhada, em cada engano, em cada branca, em cada saída, em cada actuação. Ele está lá, a acompanhar-nos nesta luta que travamos para que a arte não morra nesta terra cada vez mais morta.
Hoje queria ter estado sozinho aquando da primeira vez que vi o filme de homenagem. queria poder ter chorado. Queria poder ter-lhe agradecido em voz alta todos os valores que ele me incutiu.
Tenho a mais firme certeza de que ele, conjuntamente com todos os "adultos" que encontrei aos meus 12 anos no teatro, fizeram de mim um Homem um pouco melhor.
E porque não lhe posso agradecer pessoalmente, aqui fica a minha homenagem. Sim, porque está um pouco de mim neste vídeo.
E antes que seja tarde:
Obrigado Leta.
Obrigado Zé Artur.
Obrigado Filipe Show.
Obrigado Dores.
Obrigado Zé Tó
Obrigado AMEF (O Mar - Miguel Torga)
Obrigado a todos....
Cumprimentos
Beco Escuro
10 comentários:
No festival, quando esta apresentação terminou disse aos meus colegas que ia votar nesta! Foi sem dúvida o momento que mais me fez ficar sério e pensativo. Fiquei algo sentido por dentro.
Abraço.
@André: que não seja por isso! Podes sempre vir cá a casa dar-me a câmara! LOLOL!! ;)
André,
Sim,
Foi um excelente momento...
Farpas,
Bem, tu tentaste... lool
É um GRANDE Senhor...
Ainda presente na gentes!
Miau,
Ainda não, Sempre presente...
Engraçado, as ultimas recordações que tenho deste GRANDE SENHOR, são como as da foto deste post.
Sempre sorridente e com um espírito Jovem.
Granito;
Sim, com aquele humor que só ele conseguia ter e transparecer...
Mas infelizmente não é bem essa a última imagem que tenho dele...
lol!!! :D
@Beco Escuro
Acompanhei o GRANDE ANTÓNIO JOÃO PAIS MIRANDA ao Hospital algumas vezes mas, a imagem que fica é sempre a mesma! Aquele ar de "troça" !
Grande António João.
Granito,
Aquele ar de troça que tão bem o caracterizava...
Lembro-me de ele falar na procissão das velas, ao referir-se a todos os doentes que deambulavam pelos corredores do hospital agarrados ao suporte das garrafas de soro...
Tenho saudades dele...
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